terça-feira, 29 de maio de 2012

Diário do aprendiz – 29 de maio de 2012


Guardando imagens


Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol
E a pensar muitas cousas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.


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A ponte e a neblina



Litoral cinzento



Neblina sobre o rio



Estrada de inverno




"Minhas fotografias são um vetor entre o que acontece no mundo e as pessoas que não têm como presenciar o que acontece. Espero que a pessoa que entrar numa exposição minha não saia a mesma." – Sebastião Salgado, fotógrafo brasileiro

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As meditações até aqui

É, nesta segunda metade do mês pratiquei pouco. Há outras atividades a que tenho precisado me dedicar, e que me trarão resultados bem mais decisivos, ao menos em curto prazo, de modo que isso me desconcentra um tanto. Mas está fora de cogitação esquecer as meditações – assim como a ideia, que tenho há algum tempo, de aprender a chamada “alimentação viva” ou crudivorismo (o melhor tipo de alimentação que existe), bem como voltar a praticar outros tipos de exercícios além da corrida. Enfim, foi só uma perda de ritmo, e já nesses próximos dias espero encontrar o “fio da meada” outra vez.


Notas sobre as fotografias (seguindo a ordem de apresentação):

Obs: Os títulos acima são ou traduções fiéis dos títulos originais ou adaptações minhas. Os títulos originais aparecem abaixo.

1. “Does the fog improve the looks of an ugly bridge?” Autor: Galileo55. Esta foto foi tirada em 22 de junho de 2011 com uma Canon EOS Digital Rebel XT.
2. “Charcoal shores”. Autor: aloshbennett. Esta foto foi tirada em 1° de julho de 2006 com uma Cannon PowerShot S2 IS.
3. “Fog on the river” Autora: audreyjm529. Esta foto foi tirada em 6 de janeiro de 2007 com uma Canon PowerShot S2 IS.
4. “Towpath in the fog” Autora: Dendrolica cerulea. Esta foto foi tirada em 23 de janeiro de 2010 em Campbells, Virgínia Ocidental, Estados Unidos, com uma Canon PowerShot A520.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Diário do aprendiz – 15 de maio de 2012


Apenas ser

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XXIII - O meu Olhar

O meu olhar azul como o céu
É calmo como a água ao sol.
É assim, azul e calmo,
Porque não interroga nem se espanta...

Se eu interrogasse e me espantasse
Não nasciam flores novas nos prados
Nem mudaria qualquer cousa no sol de modo a ele ficar mais belo...
(Mesmo se nascessem flores novas no prado
E se o sol mudasse para mais belo,
Eu sentiria menos flores no prado
E achava mais feio o sol...
Porque tudo é como é e assim é que é,
E eu aceito, e nem agradeço,
Para não parecer que penso nisso...)


~

Viver não é algo que acontece naturalmente
A todos nós, assim como acontece aos animais
Ou a qualquer ser que não precise lidar
Com o fardo de um pensamento capaz de
Refletir.

Para quem não precisa encarar o desafio
De contemplar a si mesmo a cada instante
E a própria vida no correr dos anos,
Viver é algo que se realiza momento por momento
E apenas isso.

(Nem por isso, eu acredito,
Terá menos valor ou poderá ser menos feliz.
Mas será mais simples.)

A questão é que, para aqueles capazes
De perguntar a si mesmos: “O que farei de minha vida?”,
Surge o incessante desafio de achar uma resposta,
E reencontrá-la a cada dia, hora e minuto
– A todo momento!

Para todos nós, que somos frutos
Do milagre de uma autoconsciência mais profunda,
Viver é um caminho que precisa ser construído
A cada passo com um novo
Sentido.

(Felizes aqueles que conhecem
A arte de dar sentido à própria vida. Ai daqueles
Que se esquecem de fazê-lo.)

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As meditações até aqui

Nestas últimas semanas, regularizei a prática como nunca antes. Tenho realizado as sessões pela manhã, quase sempre depois de acordar. Na verdade, estou procurando articular a meditação com algumas outras atividades, que incluem exercícios físicos (um pouco todo dia, além das corridas em determinados dias do mês) e posturas de yoga. Há ainda outras mudanças que estou procurando implementar em meu dia a dia – espero comentar a esse respeito em postagens posteriores. O importante é, mesmo sendo escasso o tempo que dedico a cada uma dessas práticas, e poucos os resultados que consegui alcançar até agora, o simples fato de realizá-las (i.e., saber que as estou realizando, que estou buscando algo importante para mim) já proporciona um benefício. Porque, no final das contas, como já dizia o bom e velho Lao Tzu no século – ah, isso faz muito tempo! – o que mais importa não é exatamente o resultado a que se chega, mas o caminho que se percorre para chegar até lá. Cada vez que nos dedicamos àquilo que é importante para nós, intensificamos o foco no caminho de nossas próprias vidas, e nada pode ser mais valioso.

Nota:

Imagem por Peter Alfred Hess.