domingo, 29 de abril de 2012

Diário do aprendiz – 29 de abril de 2012 (começo da série "Guardando imagens")


O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...


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"Uma imagem vale por mil palavras", diz o pensamento popular, e é por isso que passarei a reservar a segunda postagem de cada mês à divulgação de belas fotografias. Os títulos que se seguem são meus, às vezes traduzidos fielmente do original, às vezes constituindo uma adaptação minha. (Os títulos originais aparecem nas notas ao final desta postagem, na mesma ordem de apresentação das imagens.) E não é esta uma outra maneira de homenagear o Guardador de Rebanhos, para quem os sentidos são tudo? Comecemos então por banquetear nossos olhos com alguns testemunhos da beleza - às vezes suave, às vezes terrível - que há no mundo.


A longa estrada



Neblina da manhã



O Grande Ben



Noite sérvia



“A verdadeira viagem de descoberta consiste não em ver novas paisagens, mas em ter novos olhares.” – Marcel Proust (1871-1922), romancista francês.

“Há pessoas que transformam o Sol numa simples mancha amarela. Mas há também aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio Sol.” – Pablo Picasso (1881-1973), pintor espanhol.

“Fotografar é colocar na mesma mira a cabeça, o olho e o coração” – Henri Cartier-Bresson (1908-2004), fotógrafo francês

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As meditações até aqui

Até que regularizei um pouco as sessões nesta segunda metade do mês, mas mesmo assim deixei de cumprir várias. Compensei, em alguns dias, meditando por mais tempo, o que também não é exatamente o ideal. Ao contrário do que decidi há um tempo, ainda não estou usando a esteira de yoga – sempre acho mais prático sentar numa cadeira, ou até mesmo ficar deitado. Seja como for, continuo praticando, e isso é ótimo.


Notas sobre as fotografias:

1. “La lunga strada”. Autor: alexdecarvalho. Esta foto foi tirada em 27 de maio de 2007 em Killea, Waterford, Irlanda, usando uma Canon EOS Digital Rebel XTi. A frase de Marcel Proust foi apresentada pelo autor desta foto juntamente com a mesma. Citei essa frase aqui também porque considero que transmite uma verdade decisiva: podemos cruzar o mundo atrás de novas experiências (ou paisagens, ou como preferirmos chamar), mas tudo será desperdiçado se não compreendermos o significado do que encontramos. Não resta dúvida de que a vida é, como não pode deixar de ser, e como realmente precisa ser, uma viagem através de paisagens que se renovam sem parar – porém, a mais importante de todas reside no íntimo humano, estando sempre à espera de ser contemplada.
2. “Morning fog”. Autor: Michael C. Rael. Esta foto foi tirada em 3 de outubro de 2010, usando uma Panasonic DMC-G2..
3. “Dawn, meet Ben. Ben, this is dawn.” Autor: connorwithonen. Esta foto foi tirada em 21 de fevereiro de 2009 em Whitehall, Londres, Inglaterra, usando uma Canon EOS 5D Mark II.
4. “Fog”. Autor: simaje. Esta foto foi tirada em 17 de janeiro de 2009 em Novi Beograd, Beograd, Sérvia, usando uma Fujifilm FinePix S3Pro.

domingo, 15 de abril de 2012

Diário do aprendiz – 15 de abril de 2012


Crer no porvir

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XXII - Num Dia de Verão

Como quem num dia de Verão abre a porta de casa
E espreita para o calor dos campos com a cara toda,
Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa
Na cara dos meus sentidos,
E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber
Não sei bem como nem o quê...

Mas quem me mandou a mim querer perceber?
Quem me disse que havia que perceber?

Quando o Verão me passa pela cara
A mão leve e quente da sua brisa,
Só tenho que sentir agrado porque é brisa
Ou que sentir desagrado porque é quente,
E de qualquer maneira que eu o sinta,
Assim, porque assim o sinto, é que é meu dever senti-lo...


~

A vida pode proporcionar muitas chances de felicidade,
Mas também pode destruir toda chance de felicidade,
Como faz com algumas pessoas, submetidas cedo demais
A experiências que acabam minando sua capacidade
De acreditar em qualquer coisa além da tristeza.

Embora a desesperança não escolha época para acontecer
(E seja algo de que todos devemos nos precaver),
Penso aqui na tragédia verificada com aquelas crianças
Nascidas em ambientes sem amor, e levadas a crer
Que de fato nunca poderão achá-lo.

Muitas dessas crianças existem, até mesmo já crescidas,
Vivendo acostumadas a se sentirem perdidas,
Buscando uma nova razão para sonhar a cada dia
E sempre acabando por desistir, vencidas
Pela desilusão dentro de si.

Inspirado pelo filme "Última parada 174",
de José Padilha

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As meditações até aqui

Comecei um novo estudo neste mês, e tenho dedicado muito de meu tempo à leitura, o que infelizmente me fez esquecer outras coisas, incluindo a meditação. Mas está mais do que claro que preciso equilibrar melhor essa balança, de modo que tratarei de recomeçar as sessões. 

Nota:

Imagem por Gamma Man.

sábado, 7 de abril de 2012

The weary kind, de Ryan Bingham

É a canção-tema de Coração louco, filme lançado em 2009 com Jeff Bridges no papel de Otis “Bad” Blake, um velho cantor country que já teve sucesso, mas acabou ficando quase esquecido, fazendo turnês por bares de segunda no interior dos Estados Unidos e bebendo sem parar. The weary kind, escrita por Ryan Bingham e T-Bone Burnett, ganhou o Oscar de melhor canção original e transmite muito bem o espírito do filme. Ela conta um caso dramático, mas quem nunca esteve (ou pelo menos se sentiu) por baixo em algum momento da vida? Desesperança e desilusão são abismos sempre à espreita, e certos descuidos podem mesmo ocasionar uma queda.

Mas esta música, assim como o filme, não fala só de erros: fala também da possibilidade de descobrir um novo caminho.

The weary kind, de Ryan Bingham


Assista: