Abrir as portas do coração
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VII - Da Minha Aldeia
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.
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Nesses últimos dias, esqueci completamente a prática de meditação – mas não foram dias perdidos; muito ao contrário. Envolvi-me em certas atividades que exigem agora diversas reformulações em meu modo de vida, e isso está me fazendo repensar uma série de questões de minha vida pessoal.
É ótimo que isso esteja acontecendo, embora envolva certo stress e várias perguntas que não têm solução imediata. Mas, preocupações e dúvidas fazem parte de todo processo de mudança, são o verdadeiro termômetro que indica a mudança, de modo que devem sempre estar presentes na vida.
O ser humano tem tendência a rejeitar as incertezas, buscando estabelecer alguma fonte infalível de segurança psicológica. Mas, tudo que está seguro também está, em alguma medida, estagnado. A única segurança verdadeira é aquela que consegue se manter em pleno olho do furacão, e que jamais pretende se dissociar do medo.
Esta segurança, que equivale a uma aceitação da insegurança, não isenta ninguém de cometer erros, de ter limitações. Mas cultivá-la, mediante o contato persistente com as dificuldades, é a única maneira de corrigir erros e superar limites.
No final, de uma coisa se pode ter certeza: é impossível enfrentar qualquer desafio na vida sem aprender algo. O aprendizado, e portanto o aprimoramento, nunca deixará de acontecer, e isso é motivo bastante para tocar em frente.
Nota:
Imagem por gustaffo89